terça-feira, 5 de julho de 2011

Nietzsche em Dez Atos.

Adaptados por mim com ousada cara-de-pau.
Ato 1. A objeção, o leve desvio, a desconfiança alegre, a vontade de romper regras... São sinais de saúde: tudo o que é absoluto e ortodoxo pertence à patologia. Flexibilidade é sinal de vida longa. Rigidez, de câncer na alma.
Ato 2. Quem luta com monstros deve tomar cuidado, para que não se transforme também em um monstro. Se você, por exemplo, olhar durante muito tempo, para um abismo, o abismo também olhará para dentro de ti. Então mude o foco do pensar, para depois não pesar e lamentar.
Ato 3. É mais fácil lidar com uma má consciência do que com uma má reputação. Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.
Ato 4. O que é o macaco para o homem? Uma risada ou uma dolorosa vergonha? O macaco é um animal demasiado simpático para que o homem descenda dele.
 Ato 5. Uma vez tomada a decisão de não dar ouvidos mesmo aos melhores contra-argumentos e de levar a ferro e fogo a sua decisão, é tanto um sinal do caráter forte, como também de uma ocasional vontade de ser estúpido. As convicções são inimigos da verdade bem mais perigosos que as mentiras.
Ato 6. O que o pai calou aparece na boca do filho, e muitas vezes descobrem depois que o filho era o segredo revelado do pai.
Ato 7. Não posso acreditar num Deus que quer ser louvado o tempo todo. Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser cético.
Ato 8. Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura. Querer a verdade é confessar-se incapaz de a criar.
Ato 9. O castigo foi feito para melhorar aquele que o aplica. Não se odeia quando pouco se preza, odeia-se só o que está à nossa altura ou é superior a nós.
Ato 10.  É necessário ter o caos para se gerar uma estrela. Os erros de grandes homens... são mais fecundos que as verdades de pequenos. Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens.
 
 
 

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