sábado, 26 de dezembro de 2009

Pretérito do Futuro


Por Jordan Campos

Às vezes posso parecer egoísta aos olhos curtos.
Não conseguem entender o riso 'estranho' nos meus olhos.
Nem por que tenho aquela coisa quando escuto Shakira.
Acham que sou do tipo: 'dormir é para os fracos'...
Atraio de tudo por amar demais, e dou boas risadas disso tudo.
(sem dispensar o belo banho de cânfora e vinagre de maça com luz índiga)


Mas, na última viagem de avião...
Ah, aquela aeromoça me explicou!
(sabe aquilo que ouvimos todos os dias, mas não escutamos?)
Sem querer, o que há muito procurava entender em mim, em nós.
Sim, sei que sou uma nota musical adiantada num concerto clássico.
Um provérbio lido do meio ao fim.
Desgarrado.
Sou o pretérito do futuro.
Sou a ponta da língua queimada de quente café.
E me esqueço às vezes disso.
Já sei, já sei, bem sei.

Sim, sim... A aeromoça.
Naquela pérfida hora em que a ignorada faz a mímica da máscara de oxigênio antes de decolar.
E todo mundo finge não ver achando talvez, démodé:
“- Caso caiam as máscaras coloquem primeiro em vocês e depois nas crianças.”
Caraca, isso fez cair uma ficha!!!
É por isso então que respiro descompassado (pensei na hora)
Como logo o primeiro pedaço, faço antes de pensar.
Digo aceito, antes mesmo de a noiva chegar.
Pois acho que respirando primeiro terei mais força para ajudar.
Do que tentar, sem ar, fazer o “lógico”, sem pensar.

Um comentário:

  1. Querido terapeuta, a característica de ser espontâneo lhe faz tão especial.A última frase do texto traduz o meu comentário.Quando leio suas produções ganho alma nova e acredito realmente que existem pessoas do bem, vc é uma dessas.Muita LUZ!bjs.

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